A Semana Santa não deve ser vista como um ‘feriadão prolongado’, no qual as pessoas viajam para um sítio ou praia, comer e beber. Quem é católico apostólico romano sabe que a Semana Santa é o tempo que acompanhamos os passos de Jesus, e esse jejum e abstinência que fazemos ao longo da Quaresma não é para ser ‘compensado’ durante a Semana Santa, pelo contrário, é para podermos estender a caridade àqueles que precisam”, disse.
O pároco reforça ainda que o Domingo de Pás coa, ou da Ressurreição, não é um dia apenas para comer chocolate. Padre Nery lembra que a data tornou-se muito comercial, fazendo com que muitas pessoas perdessem o foco do seu real significado.
“Pouco se fala de Jesus no comércio. Assim como no Natal, quando se fala mais no Papai Noel do que no nascimento de Jesus, na Páscoa, fala-se mais em chocolate e no coelho de Páscoa do que na ressurreição de Cristo. O dia da ressurreição do Senhor é aquele que vive as práticas da sua fé na igreja e na comunidade. O sentido primário e central é Jesus Cristo, não o chocolate, mas isso tornou-se motivo de comércio. Pás coa é uma partilha de vida, então, precisamos partilhar não somente o chocolate, mas um chá, um café, um min gau de milho. Não podemos tirar a peça principal desse período, que é Jesus Cristo”, ressalta.
De fato, a celebração do Domingo de Páscoa, dentro da tradição cristã, representa a vitória da vida sobre a morte, simbolizada pela ressurreição de Jesus Cristo. É o ponto alto do calendário litúrgico e a base da fé cristã: a crença de que Jesus venceu a morte e trouxe esperança de salvação a toda a humanidade.
No entanto, apesar de seu profundo sentido religioso, a data tem sido progressivamente desvirtuada. Muitas pessoas veem o feriado apenas como um tem pode lazer, de descanso ou uma oportunidade para confraternizações, esvaziando o conteúdo espiritual e simbólico da celebração.


Vale lembrar que a Páscoa é uma comemoração que surgiu na tradição judaica, em memória da libertação do povo hebreu da escravidão no Egito. Os judeus re lembram a passagem do anjo da morte durante o acontecimento da décima praga do Egito. Em referência a isso, esse povo chama a sua Páscoa de “Pesach”, que significa “passagem”.
No cristianismo, a Páscoa possui um significado distinto da crença judaica, mas tem uma ligação di reta com ela. Para os cristãos, a Páscoa relaciona-se com a crucificação, morte e ressurreição de Jesus Cristo. Dentro da tradição cristã, a Páscoa é a mais importante celebração — pois evidencia a centralidade da ressurreição de Cristo como sinal da vida eterna e da renovação da fé.
A Semana Santa não é uma mera ilustração ou um teatro, é a certeza de que Cristo está vivo entre nós. Páscoa é vida nova, alegria, é plenitude da graça de Deus na nossa vida, que perpetua até a eternidade
Padre Neryassessor eclesiástico da Comunicação na Arquidiocese de Teresina
Padre Nery, assessor eclesiástico da Comunicação na Arquidiocese de Teresina
Fonte: Portal o Dia
